terça-feira, 25 de setembro de 2007

AVENTURA?


Que aventura pode ser melhor que a de andar por quilômetros, com uma avó e muitos primos, num trilho de trem, com o objetivo de chegar ao cemitério da cidade de Pompéia para colocar flores no túmulo do avô Luís Melges?
Nada pode ser melhor do que correr das cabras, que encontrávamos pelos trilhos. Nunca vivi emoção maior do que a de ouvir o apito do trem já perto e a gente só tendo um barranco para subir ... e ao subir correndo ... meu Deus! Nós íamos escorregando e nos agarrávamos ao mato para não despencarmos e sermos pegos pelo trem. Que medo! Quanta emoção! Somente uma mulher de coragem poderia reunir tantos netos e levar para uma aventura tão cheia de prazeres e perigos.
Muitas vezes me pego pensando: - Será que no lugar dela eu teria tanta coragem? Na verdade nunca tive.
Depois de tantas novidades durante o dia, onde andávamos de charrete, brincávamos de pega-pega e amarelinha no jardim da igreja, espiávamos o sr. Pinotte tomar banho do vitrô do seu banheiro, tomávamos muitos sorvetes nos dias quentes e quem não se lembra das caixinhas com surprezinhas que comprávamos em uma vendinha perto do cartório? Os dias eram intensos, mas as noites não deixavam a desejar, cada neto recebia um único cigarro pra fazer exibições de bolinhas de fumaça. Era delicioso ver a fumaça saindo de nossas bocas, pois ninguém sabia tragar. Depois da diversão proibida, que os pais jamais souberam, acontecia o melhor, um filme de terror. Quem tinha coragem de ir ao banheiro depois de assistí-lo? As crianças tinham medo, era até natural, mas não é que um dia pegamos a Tia Marieta (irmã da avó Alice) usando o banheiro de portas abertas?!!! Isso foi motivo de riso por muitos anos.Quantas vezes não fazíamos pipi na cama com medo de ir ao banheiro e, no dia seguinte, acordávamos cedinho para esconder os lençóis molhados. Algumas vezes, quando acordávamos por ultimo, colocávamos os lençóis na janela do quarto para secá-los ao sol mas, sempre tinha um chato que descobria a mancha amarela no lençol e fazia todos zombarem do “mijão”.
Quando me perguntam se eu tive infância, eu respondo que tive uma grande avó.
Carmen Lúcia (neta da Alice, filha da Maria Apparecida - Cida)

Nesta época eu era assim, aos 6 anos, cabelo cortado pela minha mãe (Cida), que colocava uma tijela na cabeça de cada filho (4 filhos) e mandava brasa, uma beleza! Minha professora era a dona Clara, do Grupo Escolar Olga Simonaio, que ficava a duas quadras de casa (morava em Marília).

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